Os teus olhinhos pensativos,
menino branco (eras translúcido
quando em meu sonho entraste) e tímido,
passeiam sobre os móveis rústicos
que nosso lar doce mobíliam.
Não vêem, porém, palmo adiante,
como num transe, e se se aninham
no pó de sombra sobre a estante
onde dormitam nossos livros,
logo alçam vôo – vão tão distantes
os teus olhinhos pensativos,
ó meu menino muito branco,
que só repousam (sem destino
definitivo que os estanque)
lá onde o tempo ainda engatinha
e dorme o sono das crianças.